No trecho da matéria: “Minas Gerais respira história. O estado conta praticamente toda a história do país, de forma que muitos municípios por si só já são um grande museu ao ar livre. As feiras de artesanato fazem da capital, um dos principais estados do país nas artes manuais, atraindo milhares de artesãos durante todo o ano. Estima-se que as maiores feiras de artesanato do país aconteçam nessa região. Além do artesanato e da história, a arquitetura típica, das ruas de paralelepípedo e as igrejas, muitas delas construídas e decoradas por mestres aclamados em todo o país. O interior de Minas reserva grandes surpresas. A culinária é uma delas, assim como a música regional nos pequenos festivais realizados em todo o estado”.
Piumhi aparece entre Jaboticatubas, São Thomé da Letras e Bocaina de Minas como cidade de nome diferente e cheia de encantos, que conserva grande parte da história, com ruas e construções que remetem ao século passado. Grande parte dessas construções foram tombadas como patrimônio histórico, preservando a cultura local.
Além disso, a cidade também possui diversos outros atrativos como a Cachoeira da Belinha e a Serra do Andaime, sendo ainda portal da Serra da Canastra e da região do Lago de Furnas.
TURISMO EM PIUMHI
Apesar de vivermos em uma época de pandemia e que o turismo é uma das áreas que mais tem sofrido com isso, Piumhi, que tem como título ‘cidade carinho’, oferece diversos pontos turísticos escondidos entre as serras e montanhas, e muitas pessoas já descobriram esses lugares para realização de caminhadas, trekkings e até mesmo para visitação.
O departamento municipal de Turismo, pensando no retorno das atividades turísticas, tem preparado alguns percursos, seguindo os protocolos da Saúde, organizando rotas para que o turista e toda população piumhiense tenha acesso aos atrativos da cidade e região, que mostram uma diversidade da fauna e flora.
Entre elas está a cachoeira da Belinha, situada na região da Capoeira, que tem uma história muito interessante e muitos não conhecem.
CACHOEIRA DA BELINHA
Os encantos da natureza e a escolha do povo elevaram esse lugar a um dos postais de Piumhi. A brisa e o frescor dessa cachoeira trazem paz e a tranquilidade de espírito que, dificilmente, encontra-se em outros lugares. É, ao mesmo tempo, uma mistura graciosa de simplicidade e imponência, de candura e majestade.
Sua patrona “Belinha” foi proprietária dessas terras há muitos anos. Isabel Figueiredo Leite era seu nome, mulher à frente de seu tempo. Nasceu na cidade de Cachoeira do Campo em 25 de novembro de 1897. Casou-se com o Coronel José Pereira Leite (Juca Leite), com quem teve uma filha de nome Maria Auxiliadora Leite. Viúva jovem, revelou-se uma mulher forte e guerreira que conseguiu, a seu modo, vencer as dificuldades de se tornar a chefe da casa: o preconceito em relação à hanseníase na morte do marido e depois em sua própria pele.
Naquele tempo valia a lei do mais forte. Dona Belinha, não se intimidou: passou a se vestir de homem e com eles falar de igual para igual. Tornou-se temida e respeitada, somente assim conseguiu o direito de viver sossegada na sua Fazenda Caxambu. É por isso que andava armada, mas era dona de um coração caridoso e compassivo.
Morreu em sua casa nessas matas no dia 21 de fevereiro de 1959, indo descansar o sono da eternidade no Cemitério da Saudade de Piumhi.
Dona Belinha deixou como legado o nome da cachoeira e também um exemplo de superação que deve ser espelhado pelas novas gerações.